Rita Baltazar - Founding Partner & Director

A cultura interna como resposta às necessidades dos colaboradores

Rita Baltazar - WYcreative Founding Partner & Director
Rita Baltazar

Rita Baltazar, co-fundadora e partner do WYgroup, foi entrevistada pela RHMagazine, sobre a cultura interna do grupo como base para responder às necessidades dos seus colaboradores.

O WYgroup é uma holding de 7 empresas diferentes – Bliss, Bloomcast, By, Fever, Performance Sales, Nervo, White – na área de Criatividade, Design & Tecnologia e Media & Dados. Comemorando agora 20 anos, tem vindo a crescer de forma consistente, contando hoje com mais de 320 pessoas, continuando a apostar no recrutamento de talento, sempre com os olhos no futuro.

A vossa especialidade são soluções de Customer Experience, ou seja, garantem que o consumidor tenha a melhor experiência possível na interação com uma marca. Internamente, com os vossos colaboradores, aplicam a mesma ideia com uma forte cultura interna, certo?

A nossa identidade e o nosso foco estão orientados para o Customer Experience, onde nos assumimos como designers de experiências. Combinamos o toque humano com a tecnologia, a criatividade e a inovação. Tudo o que fazemos é suportado por uma forte cultura interna, que se transmite em todos os níveis da nossa estrutura, e que tem vindo a ser a nossa aposta ao longo dos anos. É, para nós, condição essencial a otimização de uma experiência que promova o bem-estar físico e psicológico, bem como um working space e ações que visem o crescimento e desenvolvimento de todos os nossos colaboradores.

Investiram na criação de umas instalações fabulosas com vista para o mar em Oeiras que refletem esta cultura…

Acreditamos num futuro de trabalho híbrido, flexível e ágil, mais humanizado, adaptado a várias tarefas e estilos. Há 3 anos atrás, idealizámos a nossa Casa de Praia que agora se concretiza num experience hub de cerca de 3000m2 de frente para a praia de St. Amaro de Oeiras. Uma casa pensada para todos, que privilegia a experiência positiva dos colaboradores in loco, o seu bem-estar, o conforto, a sustentabilidade e a interação, e onde se recebe de braços abertos – como em nossa casa. Demos lugar a zonas colaborativas com a conceção de espaços de co-working, um anfiteatro, salas para reuniões e calls, salas de Vídeo Broadcast, Phone Booths e Sleeping spot. Foi inspirada no nosso ecossistema – o mar, a criatividade – e orientada à promoção de um estilo de vida sustentável, onde escolhemos materiais naturais, consideramos a acústica, e deixamos entrar a luz natural e uma vista imbatível de mar com janelas a todo o comprimento, inspirando quem trabalha no lounge, com sofás, bancos e camas suspensas, e outros elementos de decoração pensados ao detalhe. Temos mesas corridas, que fazem lembrar as mesas onde se reúne uma família, e um passadiço de praia ao longo dos 110 metros de open-space. Esta casa é representativa da nossa cultura e identidade, preparada para a aprendizagem, o crescimento, e a partilha de cultura. Uma casa que, acreditamos, manterá todo o talento incrível que temos in-house, e que ainda mais se juntarão a nós.

Estavam a terminar as novas instalações quando entramos o confinamento e o teletrabalho. Como integraram esta nova realidade com umas instalações pensadas para o trabalho nas instalações?

Num contexto pandémico, fomos forçados a repensar holisticamente o nosso modelo de trabalho. Sabemos que são as relações que criamos e moldamos, baseadas nos valores do talento, da energia, do trabalho e da integridade, que dão origem ao crescimento e ao sucesso consolidados do grupo e que têm impacto continuado na cultura colaborativa. E somos, por definição, “Shaped by Curiosity”, curiosos que instintivamente desafiam as normas, impulsionam ideias inovadoras e incentivam o pensamento empreendedor e visionário. Este espírito entusiasta, de querer saber, fazer, experimentar e conhecer mais, faz parte de nós. Pelo que a reinvenção desta cultura coletiva em home office, que exigiu uma adaptação em tempo record foi desafiante, porque o nosso dia-a-dia, e principalmente o processo criativo, se alimenta de um processo colaborativo intenso, até aqui físico e próximo.

De forma imediata, adaptámos as boas práticas de liderança a um mundo digital. Houve um trabalho fundamental de gestão de expectativas e contacto constante com os nossos colaboradores, privilegiando a flexibilidade, empatia e compreensão, mas também uma comunicação fluida e transparente, sem bloqueio de informação sobre a adaptação organizacional a uma nova realidade. Damos importância ao feedback frequente, identificando como cada um pensa e se sente na sua Employee Journey, para podermos cada vez mais, concretizar melhorias nos processos de desenvolvimento e cultura de cada um.

O que mudaram na relação com e entre colaboradores?

Não deixamos de aprender, não deixamos de acolher bem, não deixamos de celebrar, nem deixamos de comunicar genuinamente! Adaptamo-nos criativamente ao formato digital com sessões estratégicas e de formação, fizemos vídeos-surpresa de agradecimento e não deixamos passar em branco os dias que sempre se celebraram. Uma inauguração virtual da “Casa de Praia”, sessões streaming de “Ask me Anything” e os emails da liderança, quase diários, serviram para comunicar transversalmente a todas as equipas. Novas conquistas, mensagens para agradecer empenho, reconhecer e felicitar, partilha de tips, lembrar a importância de comer saudável e fazer exercício, motivar o e-learning ou outros hobbies, curiosidades, memes ou mesmo um bocadinho de história – tudo foi mote para nos mantermos disponíveis, reforçando sempre que estamos juntos nisto, e que estamos todos a dar o nosso melhor. São mensagens simples, mas que carregam um peso enorme no acompanhamento e incentivo de cada um no WYgroup.

Acreditamos que a tecnologia, por si só, é apenas um enabler de interações. É preciso que haja um ambiente de trabalho positivo, cada vez mais humanizado, e focado na empatia e colaboração, para se construir o futuro ao lado do melhor talento. É essa jornada que fazemos todos os dias, e que ainda agora está a começar.

Vê o artigo original aqui publicado na RH Magazine.