Hoje, decidir é diferente. O ciclo entre pensar, agir e ajustar nunca foi tão cur- to. O mercado muda em semanas, a concorrência é global e a tecnologia redefine setores inteiros em meses. Neste cenário, a liderança já não se mede apenas pela decisão certa, mas pela capacidade de decidir de novo, rapidamente, com confiança e clareza.
O risco é saltar etapas. É fácil ceder à pressão de adotar a última trend tecnológica, seja Inteligência Artificial, automação ou novas plataformas, sem antes preparar as pessoas e a organização para essa mudança. O resultado é muitas vezes o mesmo: investimentos elevados que não entregam todo o valor esperado, porque o alicerce humano e organizacional não estava pronto. Vimos isso acontecer numa empresa que decidiu implementar uma solução avançada de IA para acelerar operações. A tecnologia foi adquirida e instalada em tempo recorde. Mas ninguém tinha investido primeiro em formar as equipas, repensar processos e alinhar objetivos. O sistema funcionava, mas as decisões não melhoraram na velo-cidade ou qualidade desejada, porque quem o operava ainda pensava e trabalhava da mesma forma.
No novo tempo das decisões, a priori- dade é começar pelas pessoas. Formá-las, educá-las e dar-lhes as ferramentas para compreenderem o negócio, os dados e o impacto da tecnologia. Em seguida, mudar a organização, ajustando processos e removendo ineficiência. Só depois aplicar a solução tecnológica como potenciador, e não como substituto do trabalho humano.
Este caminho cria líderes melhor acom- panhados, capazes de tomar decisões mais rápidas e assertivas porque con- tam com equipas mais competentes e autónomas. É verdade que, para algu- mas funções, serão necessárias menos pessoas. Mas as que ficam terão de ser as melhores que a organização já teve. Num mundo onde automação e IA definem o ritmo, o futuro pertence às empresas que unem tecnologia e talento humano preparado. Porque a decisão certa não é apenas escolher a melhor solução, é criar as condições para que essa solução funcione no máximo do seu potencial, todos os dias.
«No novo tempo das decisões, a prioridade é começar pelas pessoas. Formá-las, educá-las e dar-lhes as ferramentas para compreenderem o negócio, os dados e o impacto da tecnologia.»
Artigo escrito por Francisco Pinto, Head of Technology da WYnova, na Revista LIDER.