Liderar pessoas ou gerir tarefas? O que realmente move uma equipa?

Filipa Montalvão - Partner at White
Filipa Montalvão

Vivemos tempos de mudança e incerteza, onde liderar deixou de ser apenas gerir tarefas ou cumprir metas. Hoje, mais do que nunca, acredito que liderar é cuidar das pessoas. É ouvi-las, respeitá-las e criar espaços onde se possam sentir seguras, valorizadas e parte de algo maior. 

A liderança empática e baseada na inteligência emocional tem ganho protagonismo – e com razão. Acredito que equipas felizes e emocionalmente equilibradas são, muitas vezes, equipas mais comprometidas, criativas e produtivas. Mas não há fórmulas fechadas. Esta é uma reflexão em aberto. Acredito que estamos todos a aprender, a ajustar o nosso dia a dia e a tentar encontrar um novo equilíbrio. 

Hoje somos, cada vez mais, impactados com formações cujo foco é a Liderança Positiva e onde ficou claro para mim que o bem-estar não é um “extra”, mas um pilar central. Quando alguém se sente ouvido e cuidado, contribui com mais vontade. Quando sente que pode ser quem é, entrega-se com autenticidade. 

Ainda assim, esta abordagem não exclui a exigência. No fim do dia – ou do ano – há sempre objetivos a cumprir. E é aqui que reside o verdadeiro desafio: equilibrar empatia e exigência, escuta e decisão, emoção e produtividade. Não se trata de escolher um lado, mas de integrar ambos. 

Pessoalmente, acredito numa liderança feita de presença, flexibilidade e exemplo. Uma liderança que assume as vulnerabilidades, que reconhece que errar faz parte do processo e que sabe que a empatia é uma ferramenta que deve ser trabalhada e promovida. Uma liderança onde as pessoas não são um meio, mas sim o centro. 

Este é o meu olhar sobre o que é liderar hoje. Não tenho respostas absolutas, apenas a convicção de que estamos a caminhar – juntos – para uma forma de liderar mais humana, mais consciente e, talvez, mais transformadora.